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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ossétia do Sul acusa tropas georgianas de atacar o seu território

A aldeia de Otrev da Ossétia do Sul foi atacada esta segunda-feira à noite por um morteiro disparado na aldeia georgiana de Plavi, disse às agências russas um funcionário do ministério da Informação daquela república separatista da Geórgia.
Segundo o porta-voz osseta, foram disparados três morteiros às 22h05 horas locais (19h05 em Lisboa), tendo uma das munições rebentado na fronteira com a aldeia de Otrev.

Os disparos não fizeram vítimas entre a população, frisou a fonte.

Otrev fica a um quilómetro da aldeia georgiana de Otrev, localidade onde se iniciaram os confrontos militares que, em Agosto do ano passado, provocaram uma guerra entre a Rússia e a Geórgia.

O governo georgiano acusou domingo a Rússia de ter deslocado a fronteira entre a Geórgia e a república separatista da Ossétia do Sul e de ter progredido no território.

"Os militares russos entraram a 2 de Agosto no território da aldeia de Kvechi, no distrito de Gori, para deslocar a suposta fronteira" com a Ossétia do Sul, declarou o ministério dos Negócios Estrangeiros georgiano, em comunicado.

A diplomacia georgiana recordou ainda as declarações do presidente da região separatista, Edouard Kokoiti, que exigiu sexta-feira à Geórgia a restituição "de antigos territórios ossetas".

O regime pró-russo da Ossétia da Sul "tornou pública a intenção dos ocupantes russos", assinalou o ministério georgiano, advertindo ainda que a Rússia "será responsável por qualquer provocação".

O ministério da Defesa russo admitiu sábado usar a força para defender a Ossétia do Sul, caso a Geórgia não suspenda os ataques contra a república separatista.

"Esses ataques causam sérias preocupações. E, no caso de mais provocações que ameacem a população da Ossétia do Sul e o contingente russo, o Ministério da Defesa da Rússia reserva-se o direito de empregar toda a sua força e recursos disponíveis para defender a população civil e as tropas russas", referiu o Ministério, em comunicado.

Lusa

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Quirguistão autoriza presença de mais tropas russas em seu território


Sáb, 01 Ago, 03h31



CHOLPON ATA, Quirguistão (AFP) - O Quirguistão, único país do mundo a abrigar bases russas e americanas, autorizou neste sábado a presença em seu território de mais tropas da Rússia, que busca reforçar sua influência militar na Ásia central.

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Um memorando assinado pelos presidentes do Quirguistão, Kurmanbek Bakiev, e da Rússia, Dimitri Medvedev, indica que o governo quirguiz "aprovou a proposta russa de abrigar um novo contingente russo".


O acordo assinado neste sábado, no entanto, ainda não corresponde a todas as ambições da Rússia, que deseja abrir mais uma base militar no país.


O número de novos efetivos russos autorizados a permanecer em território do Quirguistão pode chegar a um batalhão inteiro, segundo o memorando, assinado no complexo turístico quirguiz de Cholpon Ata, junto ao lago Issik Kul, 200 km a leste de Biskek, capital do país.


As duas partes se comprometeram também a assinar um acordo formal antes de 1º de novembro sobre o estatuto oficial da base russa no Quirguistão, segundo o memorando, que estabelece uma duração de 49 anos para o acordo, com possibilidade de renová-lo por mais 25.


A Rússia já tem tropas estacionadas na base aérea de Kant, nas cercanias de Biskek, mas quer instalar outra base na cidade de Osh, para alojar contingentes da recém-criada Organização do Tratado de Segurança Coletiva (ODKB), formada por ex-repúblicas soviéticas e liderado por Moscou.


A ODKB, fundada em 1992, é integrada por Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tadjiquistão e Uzbequistão.


O Quirguistão também abriga a base aérea americana de Manas, perto de Biskek, usada pelos Estados Unidos como apoio logístico para suas operações no Afeganistão.


O presidente Bakiev havia ordenado o fechamento desta base em fevereiro, mas mudou de ideia em junho, após um acordo que triplicou o preço do aluguel pago pelos americanos.


O Quirguistão é o único país do mundo a abrigar em seu território uma base americana e uma russa.


A criação de uma força comum de reação rápida dentro da ODKB é uma clara tentativa de rivalizar com a Otan - e, para o desgosto dos russos, enfrenta uma série de problemas desde 14 de junho, quando seu tratado fundador foi assinado em Moscou.


Belarus ainda não assinou o acordo, já que boicotou a cúpula de 14 de junho. Embora seu presidente, Alexander Lukashenko, tenha participado da cúpula da ODKB em Cholpon Ata na sexta-feira, nada indica que tenha mudado de ideia em relação ao tratado.


O presidente do Uzbequistão, Islam Karimov, também estaria desconfortável com a ideia de uma base russa em um país vizinho e perto de suas fronteiras, segundo a imprensa local.


Além disso, o memorando assinado hoje por Medvedev não menciona explicitamente a base de Osh, mas as tropas adicionais podem acabar estacionadas lá.


Tanto EUA quanto Rússia tentam a todo custo aumentar sua influência militar na região, cuja importância estratégica é considerada alta devido à proximidade com o Afeganistão.